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Morando nos EUA, empreendedora brasileira comanda fábrica de brigadeiros e vende para empresas como Google e Facebook

TEXTO CARINA BRITO

O Vale do Silício, no estado da Califórnia, nos EUA, é um símbolo de inovação e tecnologia. A região é berço de grandes empresas do setor, como Google e Facebook, e de jovens e promissoras startups. De olho no mercado local, a brasileira Renata Stoica, 44 anos, também resolveu empreender por lá. Mas com um foco diferente: criou a TinyB, uma marca de brigadeiros. A empresa faturou US$ 2,4 milhões (cerca de R$ 13 milhões) nos 12 meses entre outubro de 2020 e outubro de 2021 – vendendo também para as big techs – e conta com 40 funcionários.

A história começou quando Stoica se mudou para os Estados Unidos, em 2013, para viver com o marido, que é norte-americano. Ela trabalhava como enfermeira no Brasil, mas estava insatisfeita. Da conversa com uma amiga, surgiu a ideia. “Eu costumava fazer brigadeiros para os amigos que nos visitavam em casa e pensei que poderia dar certo começar uma empresa”, afirma. Ouviu do companheiro que os doces talvez não agradassem ao paladar norte-americano, mas não desanimou. Testou diversas receitas em busca do sabor ideal, e, em 2014, surgiu a TinyB.

No início, os doces eram produzidos na cozinha de sua casa e oferecidos a restaurantes e cafeterias. A empreendedora tentou ingressar no mercado de casamentos, mas a recepção não foi boa como ela esperava. “Aqui as tradições em casamento são outras, e as pessoas não sentiam vontade de experimentar o brigadeiro durante a festa. Eu acabava vendendo poucas unidades”, diz ela. A virada veio em 2017, quando a marca foi convidada por uma empresa para desenvolver um workshop do docinho. Stoica percebeu que seria mais vantajoso ter corporações como clientes. “É uma prática muito interessante para empresas que querem fazer integração entre os funcionários e conseguir engajamento”, conta.

Com o tempo, a TinyB passou a crescer e ficar mais conhecida no setor, especialmente pela divulgação dos próprios consumidores. Em 2019, a empresa abriu uma fábrica na região do Vale do Silício, onde ficaria mais perto de empresas como Google e Facebook – que já eram clientes. Em 2020, com a pandemia, veio a necessidade de adaptar a operação. Os workshops passaram a ser virtuais, com os ingredientes enviados para as empresas e os funcionários. O formato deu tão certo que o plano é mantê-lo no portfólio, mesmo com a retomada dos eventos presenciais. No período, a empreendedora também expandiu o cardápio, incluindo os cookies, mais populares no país. Mas os brigadeiros seguem como carro-chefe. “Meu sonho é fazer do brigadeiro o que os franceses fizeram com o croissant: tornar o nome conhecido ao redor do mundo”, diz ela.

SUMÁRIO

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2021-12-02T08:00:00.0000000Z

2021-12-02T08:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/281500754533273

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