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ARMAZÉM INTELIGENTE

Inspirado nas necessidades da própria franquia, empreendedor abriu startup de logística especializada em atender redes de alimentação

TEXTO PAULO GRATÃO

Rodrigo Pitombo, 31 anos, trabalhou na empresa de logística da família por oito anos. Em 2017, decidiu voar solo com uma franquia de alimentação. Ao visitar a fábrica da franqueadora, porém, percebeu uma série de gargalos. O maior problema, segundo o empreendedor, era a falta de capacidade para gerir a cadeia de suprimentos e abastecer os franqueados de maneira eficiente. Ele então teve uma ideia: criar um serviço logístico, com um armazém inteligente, que entregasse os itens da marca para as franquias. Em 2018, em sociedade com a amiga Carolinne Couto, 34 anos, ele abriu a KPL Supply Solution. A ideia era tirar o braço de supply chain da alçada dos franqueadores, para que eles pudessem se concentrar em outras pontas importantes do negócio. “O principal vetor é a padronização das lojas. Isso garante que a marca não será prejudicada por um franqueado que compre produtos não homologados”, afirma.

Na prática, a KPL é responsável por buscar os itens nos fornecedores autorizados pela marca e distribuí-los para cada franqueado. Segundo Pitombo, a centralização pode reduzir os custos logísticos em até 10% para a rede. Depois dos primeiros investimentos, de cerca de R$ 500 mil, Pitombo se propôs a remodelar a área logística da marca da qual era franqueado, mas não obteve uma resposta positiva. “Já tínhamos investido no armazém, falado sobre a ideia no mercado e investido em branding. Nisso, um amigo nos indicou nosso primeiro cliente”, diz, referindo-se ao grupo Impettus, dono da rede Espetto Carioca. Com foco em redes de alimentação, a logtech faturou R$ 980 mil no seu primeiro ano de operação, chegando a R$ 7 milhões no segundo. Porém, em 2020, com a pandemia e os impactos sobre o mercado de food service, o faturamento foi reduzido a quase zero. Para reverter esse quadro, eles criaram o programa KPL em Casa, que atende pessoas físicas por meio do delivery – uma espécie de “last mile” de e-commerces.

Com a reabertura dos restaurantes, a empresa conseguiu recuperar o faturamento e aplicar alguns dos aprendizados que teve com o atendimento individualizado na sua operação voltada às empresas. Cada cliente da KPL hoje conta com um site personalizado para acompanhar o fluxo de compras e entregas. O próximo passo é oferecer uma plataforma de marketplace, com produtos que vão de alimentos perecíveis a materiais de limpeza. “Antes, só grandes redes, como McDonald’s e Bob’s, tinham essa centralização de pedidos. Os pequenos dependiam de fornecedores e compras do próprio franqueado. Queremos mudar isso”, diz Pitombo.

Em 2021, 17 redes, que representam mais de 400 franquias, foram atendidas pela startup. O faturamento foi de R$ 46 milhões, e a expectativa é triplicar o número em 2022. A KPL hoje tem centros de distribuição em São Paulo e no Rio de Janeiro, e planeja abrir outros dois, no Sul e no Centro-Oeste, até o final do ano.

SUMÁRIO

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2022-07-28T07:00:00.0000000Z

2022-07-28T07:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/281500755000099

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