Revista Pequenas Empresas Grandes Negocios

ARTIGO THIERRY MARCONDES

Como medir o nível de maturidade da empresa em relação à diversidade

TEXTO THIERRY CINTRA MARCONDES ILUSTRAÇÃO JUN IONEDA

D&I é a sigla do momento. Sem D&I é impossível escalar as ações de ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa). Tampouco atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável proposto pela Organização das Nações Unidas. Ok, mas, na prática, o que os conceitos de diversidade e inclusão significam?

Diversidade é norteador de cultura corporativa. Garantia de representatividade e pertencimento, que fortalece pilares importantíssimos, como atração e retenção de talentos. Testemunhamos atualmente um boom de iniciativas nessa área, especialmente em gênero e etnia. Programas de trainees para negros, do Magazine Luiza e da Bayer, tiveram bastante repercussão – e até deflagraram uma série de polêmicas. Outros, como o AddVentures2Go, da Accenture, são bastante ousados. Nesse caso específico, a empresa oferece estágio em inovação para pessoas negras, para que possam lançar suas startups.

A inclusão, por sua vez, é um dos parâmetros que definem o grau de maturidade de uma empresa em relação à diversidade. Incluir é básico, essencial. É o mínimo que toda companhia, comunidade

e ecossistema deveriam fazer. Existe companhia sem departamento financeiro ou RH? Pois bem, sem inclusão, a cultura de uma empresa é fraca e superficial. E, sem a tal letrinha I, a organização pode até não sobreviver. Uma série de estudos realizados recentemente mostram que, com D&I, os negócios prosperam. Pesquisas conduzidas pelas consultorias McKinsey e Bain e pela Accenture mostram que a inclusão de mulheres, pessoas negras e pessoas com deficiência pode garantir um retorno de até 56% dos investimentos.

E assim chegamos ao segundo degrau de maturidade: a inspiração. Outras tantas pesquisas já comprovaram os benefícios de um time comprometido com os princípios corporativos para o ambiente de trabalho – e para os negócios. A inspiração também é superimportante para o posicionamento externo da empresa, que permite não somente a atração de talentos como também a criação de novos projetos com o ecossistema e com os stakeholders. Figuras como Luiza Trajano

(Magazine Luiza), Rachel Maia (ex-Lacoste), Wilson Marcondes e Vinicius Fontes (Accenture), Fernanda Caloi (Google) e Alexandra Loras (consultora), entre outros, mostram que mulheres, pessoas negras, gays e pessoas com deficiência podem desempenhar um papel fundamental dentro das empresas. Que é possível estudar, capacitar, engajar e inovar. Que não é para ter medo.

Coragem! Vamos ao próximo nível, o da inovação. D&I abre as portas para a disrupção. Um dos exemplos mais significativos é o do tênis Go FlyEase, da Nike, inspirado em um jovem de 16 anos com paralisia cerebral. Definido como revolucionário pelos analistas, o produto é para ser calçado sem as mãos. Ou seja, pode ajudar quem esteja, por exemplo, com o braço quebrado e por idosos com dificuldade de se agachar.

Por fim, o último patamar de maturidade é o impacto da empresa para a sociedade, seu ecossistema e seus stakeholders. Tudo vai bem quando acaba bem.

SUMÁRIO

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2021-12-02T08:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/281509344467865

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