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O SOL VAI BRILHAR MAIS UMA VEZ

O verão da retomada tem tudo para dar um gás extra aos negócios com cara de férias. De hotel e sorveteria a arena de beach tênis, contamos seis histórias de empreendedores

TEXTO CLAUDIA ROLLI FOTOS CAIO CEZAR, FÊ COUTINHO, FERNANDO GOMES, LUCAS BORI E SAMUEL ESTEVES

Férias, calor, praia e expectativa de retorno das atividades com o arrefecimento da pandemia e o avanço da vacinação no país.

Com esse cenário em vista, empreendedores estão ampliando seus negócios, planejando contratações e preparando a abertura de novas unidades das suas marcas para o verão 2022. A estação promete recuperar boa parte do resultado perdido nos últimos dois anos, com o fechamento obrigatório de comércio e serviços.

“Há uma confluência de fatores positivos como nunca se viu, que vão desde aspectos climáticos e datas comemorativas – como final de ano e Carnaval – até o controle da pandemia”, diz Enio Pinto, gerente de relacionamento com o cliente do Sebrae.

Para ele, toda crise serve para que empreendedores revisitem seus problemas e revejam modelos de negócio. Resumindo: ou se profissionalizam ou deixam o mercado. “Resistiu quem criou canais alternativos para se relacionar com o público, recorrendo a aplicativos, marketplaces e redes sociais, o que permitiu manter as vendas”, ressalta. “Agora, vão colher os frutos.”

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima um aumento nas vendas de 3,8% neste Natal, com geração de 94 mil vagas temporárias no país. “Devemos voltar a um patamar pré-pandemia. Superamos um período terrível, mas ainda não vamos nadar de braçada”, diz Fabio Bentes, economista sênior da CNC. Em 2019, as vendas subiram 4% e 91,6 mil vagas foram criadas.

Claro que nem tudo é alegria. Inflação elevada, crise energética e crédito mais caro ainda terão impacto nos ne

gócios, de acordo com Bentes. “Como houve migração para o digital, a margem de lucro é ainda mais apertada, com a maior concorrência. Por isso, os resultados ainda devem ser tímidos.”

A demanda reprimida do biênio da pandemia deve beneficiar, segundo especialistas, exatamente os setores que costumam ficar em alta no verão, como hotelaria, turismo, entretenimento e lazer. “As pessoas se sentem mais protegidas para sair de casa, ir ao shopping e viajar. Com a alta do dólar e o fechamento de países a estrangeiros, as viagens ao litoral e ao interior do país ganham força”, diz o professor Marcus Salusse, do Centro de Empreendedorismo da Fundação Getulio Vargas.

Outro setor otimista é o de franquias, que estima crescer 8% sobre o ano passado. “O reforço das equipes, mais investimentos em marketing e a continuidade da transformação digital estão na agenda da maioria das redes”, diz Beto Filho, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising) Seccional Rio de Janeiro.

E você pensou certo: sorvete e comidinhas frescas saem na frente. Delivery de sobremesa gelada, alimentos saudáveis e comer fora de casa, com destaque para culinárias regionais ou de culturas específicas (como a afro), tendem a ganhar a preferência do consumidor, segundo pesquisas da associação.

Para quem ainda não se preparou, o tempo está curto, mas é possível dar aquele sprint final. “É melhor se organizar, planejar e comprar insumos com antecedência do que perder vendas ou pagar preços mais altos no auge da demanda”, diz Salusse. “O ajuste de preços, diante da inflação e da renda menor, também é fundamental.”

SUMÁRIO

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2021-12-02T08:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/281522229369753

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