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Por mais qualificação

Fazer com que a quebrada fale inglês é o objetivo da 4way, startup criada na periferia de Guarulhos (SP) pelos sócios Diego Ramos, 26 anos, e Diogo Bezerra da Silva, 27. A empresa, que ensina inglês para jovens de baixa renda, nasceu em 2016 a partir de um investimento inicial de R$ 6.125, amealhado por meio de um crowdfunding. “Começamos com zero dinheiro e zero experiência”, diz Ramos. Os dois sócios aprenderam inglês durante os dois anos em que viajaram como voluntários da igreja que frequentam, de origem americana, mais conhecida como Mórmon — o primeiro viajou para a Bahia, e o outro para Portugal. “Como essas excursões envolvem muitos americanos, você fica em contato com o inglês o dia todo”, explica Silva, graduado em marketing. “Aprender a língua dessa forma é bem mais fácil.”

Para que outros jovens como ele dominem o idioma em pouco tempo, sua startup aposta no mesmo modelo. “O ensino tradicional dá ênfase demais à gramática e não às situações do dia a dia”, emenda Ramos, que está cursando Direito. A fim de aumentar o alcance do negócio de impacto, eles praticam preços acessíveis e ainda concedem bolsas de estudos — a cada duas matrículas feitas por estudantes pagantes, uma bolsa vai para quem não pode pagar.

As primeiras aulas eram dadas numa igreja no Jardim Pantanal, conhecido pelos alagamentos, na Zona Leste paulistana, onde Silva cresceu — depois, foram transferidas para três shoppings de fácil acesso. 2019 foi um ano de crescimento e consolidação da empresa. Mas foi só em 2020 que a empresa abraçou o seu lado digital, fazendo uma parceria com a plataforma canadense de ensino Smart English. Ao longo do ano, também participaram de programas de aceleração e conseguiram aprimorar suas estratégias de marketing digital.

Um aporte de R$ 150 mil recebido durante um reality show televisivo, no início de 2021, permitirá que a empresa desenvolva ainda mais seus cursos online. Ministradas por seis professores, as aulas seguirão totalmente virtuais até o ano que vem, quando terá início um modelo híbrido. “Nosso público é da quebrada, então manter o presencial é fundamental”, afirma Silva. “Posso garantir que não vai ser por falta de inglês que os jovens da periferia vão ter menos oportunidades”, avisa.

DATA BASE • STARTUPS DE IMPACTO

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2021-06-04T07:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/282471416789551

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