“As empresas têm muito a avançar”
PARA RENATO MEIRELLES, PRESIDENTE DO INSTITUTO LOCOMOTIVA, O RACISMO DEVE SER COMBATIDO COM AÇÕES AFIRMATIVAS
As empresas brasileiras vêm buscando combater o racismo dentro de suas estruturas?
Há um avanço, sem dúvida, nas corporações e nas empresas mais estruturadas. Elas já perceberam que é imperativo combater o racismo e promover a diversidade. É saudável, sobretudo, para o negócio. Nossa pesquisa aponta que 85% dos consumidores não comprariam marcas que de alguma forma não respeitem a diversidade. Dito isso, as empresas no geral ainda têm muito a avançar no campo da igualdade racial. Esse avanço é tímido e acontece aos soluços, motivado, infelizmente, por episódios de racismo explícito.
No geral, o consumidor negro é valorizado e respeitado pelas empresas do País?
A pesquisa mostra que não: 69% dos pretos e 36% dos pardos já sofreram preconceito em lojas, shoppings, restaurantes e supermercados. Essa atitude despreza um contingente formidável de consumidores: 119 milhões de pessoas, que movimentam R$ 1,8 trilhão em consumo.
O que funciona para combater o racismo dentro das empresas e garantir que os negros cheguem a cargos de liderança?
O clima nas empresas é reflexo do que vemos na sociedade. O racismo no Brasil é estrutural e tem de ser combatido com ações afirmativas. Essa é uma luta de toda a sociedade. Infelizmente, no campo das políticas públicas federais, assistimos a um retrocesso civilizatório. Isso aumenta a reponsabilidade da iniciativa privada e de todos os que lutam por um país mais justo e igual para todos, independentemente da cor da pele.
AO LEITOR
pt-br
2021-06-04T07:00:00.0000000Z
2021-06-04T07:00:00.0000000Z
https://revistapegn.pressreader.com/article/282613150710319
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