TREINAMENTO E CURSOS

DESEMPREGO LEVA À BUSCA POR QUALIFICAÇÃO E PROJETA RÁPIDA RECUPERAÇÃO DO SETOR

Depois do fechamento compulsório das instituições de ensino, fazendo despencar o faturamento de muitas franquias que cresciam historicamente acima dos dois dígitos, o setor de treinamento e cursos se adaptou e projeta uma rápida recuperação, apesar da crise econômica.

Paradoxalmente, será ela a propulsora dessa reversão de cenário: com a pandemia, muitas pessoas se viram desempregadas e buscarão qualificação para retornar ao mercado. “Existirá uma corrida para compensar o prejuízo intelectual, tanto profissional quanto educacional”, diz Américo José da Silva Filho, sócio da consultoria Grupo Cherto.

Para Artur Shoiti Santos Takesawa, consultor do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP), existe muito mercado a ser explorado. Ele ressalta que o Brasil vive um apagão estrutural de mão de obra qualificada e requer profissionais em todos os nichos e níveis hierárquicos.

No entanto, as redes precisam se adaptar às novas expectativas do consumidor, segundo Silva Filho: “Não dá mais para esperar o cliente aparecer, temos de ir à caça. O mercado digital é a porta de entrada da casa dele e não necessita de um convite: essas ferramentas têm de ser bem aproveitadas”.

Apesar de o ensino online ser uma tendência, o mercado precisa estar atento à parcela de alunos que tem dificuldade de adaptação ao 100% digital. Com isso, o modelo híbrido é o que apresenta maior potencial, principalmente pelas dificuldades de acesso à tecnologia no nosso país.

FIQUE DE OLHO

O gestor de negócios voltados à educação precisa visualizar o futuro. “Quase toda a grade oferecida é baseada em experiências do passado, ou seja, olhando para o mercado que foi. Devemos prever o que existirá daqui a dois, cinco anos. Quem conseguir ter esse olhar mudará drasticamente o portfólio de cursos e manterá seu negócio”, afirma o consultor do Sebrae-SP.