Revista Pequenas Empresas Grandes Negocios

CAFETERIA E CONFEITARIA

MARCAS ABANDONAM ESTRATÉGIA MONOCANAL E ENXUGAM CUSTOS PARA SOBREVIVER NA PANDEMIA

RAQUEL BOCATO HAUS OF RECORDS TEXTO ILUSTRAÇÃO

Tempestade perfeita – um evento desfavorável, agravado pelas circunstâncias – é o termo que Pedro Lucas de Resende Melo, professor do departamento de administração da PUC-SP, usa para descrever o impacto do coronavírus no setor de cafeterias e confeitarias: “Uma pandemia com restrições de circulação de pessoas, gerando isolamento social diante de um negócio baseado no contato físico”.

O desafio para boa parte do setor, que trabalhava com estratégia monocanal em lojas físicas e espaços corporativos, foi chegar ao cliente. Redes sociais, apps de entrega e desenvolvimento de plataformas abriram as portas da casa do consumidor no mundo digital.

Simultaneamente, as unidades enxugaram custos, o que resultou em operações menores, permitindo negociações de aluguel ou mudanças para espaços reduzidos. Segundo Naiara Corrêa, CEO da consultoria Lemon & Co., quem trabalhava no B2B precisou manter o modelo corporativo funcionando sem receita para não perder o espaço com o cliente no pós-pandemia.

Cardápios com menos opções priorizaram produtos de maior giro e mais condizentes com os valores que os consumidores estavam dispostos a pagar. No mercado corporativo, kits especiais entregues em casa foram criados para estreitar o relacionamento entre empresa e funcionário.

Para o professor, a retomada no curto prazo passa pelo reforço a medidas que minimizem o risco de contaminação pelo coronavírus nas lojas. No longo prazo, por uma política de desenvolvimento de canais de vendas. “Não há como imaginar a vida sem cafeterias e confeitarias. É um setor sólido.”

FIQUE DE OLHO

Muitos empresários têm visto uma posição especial das cafeterias na retomada. “Serão opções de local de trabalho para as pessoas, que aprenderam a consumir e se deslocar perto de casa. Algumas redes estão se adaptando para se tornar um ‘minicoworking’”, diz Naiara. Para ela, “dark coffee”, similar a “dark kitchen”, também se apresenta como tendência.

SUMÁRIO

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2021-10-09T07:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/282999698016261

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