Revista Pequenas Empresas Grandes Negocios

CONEXÄO GANHA-GANHA

O dentista Arthur Lima, 29 anos, despertou para uma oportunidade de negócio depois que uma colega de profissão lhe pediu indicação de um especialista em tratamento de canal. Ela precisava encaminhar uma paciente que tinha sofrido uma experiência discriminatória em um consultório odontológico. Em uma conversa com o jornalista Igor Leo Rocha, 34 anos – que se tornaria seu sócio –, descobriu que ele também procurava tratamento médico com um profissional negro.

“A ideia da AfroSaúde surgiu em 2019, justamente porque a diversidade e a representatividade são baixas na área da saúde. Decidimos utilizar a tecnologia para conectar, de um lado, pessoas interessadas em receber atendimento, de outro, profissionais negros”, conta Lima. Depois de passar por programas de capacitação e aceleração, eles tropeçaram na barreira de acesso a financiamentos.

Por isso – e também por conta da pandemia –, em 2020 deram uma pausa nesse projeto e se dedicaram ao atendimento preventivo na periferia de Salvador (BA). No início deste ano, porém, a AfroSaúde foi selecionada pelo Google para receber um investimento do Black Founders Fund. Também conseguiu aporte de um investidor-anjo e da We Are Family Foundation. Com o capital, o negócio foi remodelado e relançado em agosto, com upgrades. “Graças à tecnologia, podemos oferecer um serviço melhor”, afirma Lima.

As ferramentas mantêm o funcionamento eficiente da plataforma. O MailerSend automatiza a comunicação entre paciente e profissional: quando ocorre agendamento, cancelamento e pagamento, ambos recebem e-mail. Por meio da Pagar.me, a transação financeira é feita na própria AfroSaúde, que aceita cartão, Pix e boleto. A Agora.io possibilita consultas por videoconferência dentro do site.

A AfroSaúde usa outros serviços: a Tawk.to, no chat com os usuários; a RD Station, que comunica assuntos de interesse do público; e a Algolia, que facilita a busca por um profissional na plataforma – entre eles, médicos, dentistas, psicólogos, nutricionistas e fonoaudiólogos. “Vamos implementar mais funcionalidades para o B2B. Queremos chegar a 3.000 consultas por mês, no final do primeiro semestre de 2022”, diz Lima. O empreendedor avisa que qualquer pessoa pode ser atendida. “Pacientes negros, brancos, indígenas… [Todos] têm portas abertas. Mas o protagonismo é do profissional negro”, diz.

DATA BASE CAPA

pt-br

2021-12-02T08:00:00.0000000Z

2021-12-02T08:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/282149294594969

Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.