A não venda que deu certo

Localizado em Atibaia, a 70 quilômetros de São Paulo, o Canto do Irerê ficou lotado em todos os finais de semana desde a inauguração, em dezembro de 2020. Com apenas oito chalés, que medem de 80 a 110 metros quadrados, o hotel faturou em três meses o que era previsto para os dois primeiros anos – a receita e o investimento inicial não são divulgados. O resultado não é nada mal para um empreendimento que os donos tentaram vender duas vezes antes de ficar pronto.

A pousada pertence à família de Isaac Herman, 74 anos, também dona do Hotel Estância Atibainha, na ativa desde 1994. A direção de ambos está a cargo do genro do empresário, o engenheiro civil Bruno Korn, 47 anos. A mulher dele, a arquiteta Lucianne Korn, 44 anos, primogênita de Herman, foi quem projetou o Canto do Irerê. Com 70 mil metros quadrados, o terreno foi adquirido há 12 anos. “De lá para cá, o Brasil enfrentou diversas crises econômicas”, lembra Bruno, justificando a demora para o negócio sair do papel.

A primeira tentativa de vender o hotel foi ainda em meio às obras. Ninguém se interessou. Quando tudo ficou pronto, já com a pandemia como pano de fundo, tentou-se mais uma vez, também em vão. “Parecia temerário demais montar um hotel naquele contexto”, recorda. A família mudou de ideia ao se dar conta de que hotéis em meio à natureza começaram a fazer enorme sucesso – graças ao período de isolamento social e aos entraves ao turismo internacional.

“A alta procura foi uma grata surpresa”, afirma Bruno. “Achávamos que teríamos enorme dificuldade para atrair hóspedes, mas a maioria deles chega até nós por conta própria.” O sucesso na pandemia motivou a instalação de um gerador e de internet mais potente nas dependências, pois muita gente chega com planos de trabalhar durante a estadia. As diárias, com café da manhã, custam R$ 1,5 mil, em média, e os chalés estão equipados com lareira, banheira de hidromassagem e camas king-size. Quatro novos quartos devem ser construídos até o ano que vem.