Protagonistas da mudança

Investidores negros se mobilizam pela diversidade racial no mercado de capital de risco

TEXTO EDSON VALENTE FOTOS CAMILA CARA, FERNANDO NUWANDA, HELDER FRUTEIRA E LIPE BORGES

2023-11-03T07:00:00.0000000Z

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Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.

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DATA BASE • MODA SOB MEDIDA

Os investidores negros estão propondo grandes mudanças no mercado de capital de risco. Fomentam negócios que, muitas vezes, focam melhorias sociais e de inclusão e criam fundos e organizações que visam empoderar as pessoas negras na seara dos investimentos em startups, tanto do lado de quem empreende quanto do de quem aporta capital. Um exemplo é a BlackWin, associação de mulheres negras criada para investir em startups de fundadores negros. “Queremos estruturar e pavimentar esse caminho”, afirma a cofundadora Jéssica Rios. Projetos como esse ajudam a fortalecer elos e a preencher lacunas no mercado investidor no país. “Com a agenda racial avançando, começa a haver uma cobrança no meio dos investimentos para que tenhamos não só mais aportes direcionados a empresas de fundadores negros como mais presença de investidores negros”, afirma Douglas Vidal, gestor do ecossistema global do Black Entrepreneurs Club. A reivindicação se justifica. O estudo “Panorama do Ecossistema de Startups no Brasil – Rumo à Diversidade Racial”, da consultoria Bain & Company, entrevistou 30 gestores de relevância nesse setor, e 91% disseram acreditar que a diversidade racial no meio hoje é inexistente ou está muito abaixo da ideal. Para 96% deles, ações para mudar essa situação são nichadas, insuficientes e até inexistentes. Por sua vez, a Anjos do Brasil, de capital de risco, indica que, em 2022, 3% dos investidores-anjo no Brasil se declaravam pessoas negras.

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