Olhar apurado por trás dos números
2023-11-03T07:00:00.0000000Z
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Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.

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DATA BASE • PROTAGONISTAS DA MUDANÇA
O baiano Gilvan Bueno tem facilidade na relação com pessoas e com números. Com base nessas características, o ex-garçom, que concluiu o segundo grau aos 27 anos pelo Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos), cursou tecnologia em gestão financeira e elegeu esse universo como opção de desenvolvimento de carreira. Foi nessa trilha que passou a investir em startups, selecionando as que vão receber aporte pelo modo como a empresa ganha dinheiro. “O segundo ponto é entender se ela tem facilidade de ter uma base de usuários e o quanto eles consomem”, diz. Menciona ainda como fundamentais as características empreendedoras das pessoas que tocam o negócio. Bueno já investiu em dez empresas – em duas aportou capital econômico; em outras oito, trocou conhecimento por participação societária. Sua primeira aplicação foi em um marketplace de empreendedores negros. Esse perfil de fundador, por sinal, é prioritário em prospecções. “Oportunidades em outras esferas que tenham uma boa cultura ESG, foco nos ODS da ONU [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, das Nações Unidas] e um quadro de diversidade no conselho e entre sócios me atraem também”, afirma. Entre os setores de negócio, ele percebe um aquecimento nas áreas de construção civil e imobiliária. Por outro lado, tem tido cautela ao avaliar empreendimentos dos setores de cursos, com quedas de preços e evasão de alunos, e de streaming, com um número decrescente de usuários. O investidor – que é CEO e cofundador da plataforma de educação financeira Financier Academy e gerente de inteligência empresarial da Órama Investimentos – foca segmentos como o da digitalização do setor educacional e detecta como grande desafio atual a falta de equidade nos aportes, considerando raça e gênero: “É preciso haver cheques de sete dígitos, com viabilidade econômica de 18 a 36 meses, para que os empreendedores negros consigam fazer os negócios tracionarem. Tecnologia, marketing e pessoas, os grandes três fatores de crescimento, são caros”. FOTO: LIPE BORGES
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