Pelo propósito de garantir mais educação e empregabilidade

2023-11-03T07:00:00.0000000Z

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Infoglobo Conumicacao e Participacoes S.A.

https://revistapegn.pressreader.com/article/282136411114735

DATA BASE • PROTAGONISTAS DA MUDANÇA

“Quebrar ciclos de pobreza” sempre foi um norte nas jornadas de estudo e carreira de Pedro Berto. A decisão de cursar administração pública na FGV (Fundação Getulio Vargas), por exemplo, foi influenciada por um conflito de sua comunidade de origem, a Vila Autódromo, com a prefeitura do Rio de Janeiro. Lá, Berto liderou o movimento contra a remoção de famílias para a construção do Parque Olímpico para os Jogos de 2016. Parte de sua graduação foi realizada na Tsinghua University, em Pequim. Na China, surgiu a convicção de trabalhar com investimentos em tecnologia, o “melhor caminho” para gerar impacto positivo e levar educação e empregabilidade a populações vulneráveis. Em 2020, começou a trabalhar na sociedade de capital de risco Redpoint eventures. No ano seguinte, foi para a Volpe Capital, do mesmo segmento. A experiência despertou nele o desejo de estar do “outro lado da mesa”, para entender melhor os desafios de startups e fundadores. Entrou, então, em 2022, na SaltPay, empresa de meios de pagamento, e foi líder de logística em Portugal. Neste ano, fundou, com um sócio, a Angra VC, em que o investimento em marketing e mídia é trocado por participação acionária em startups. “Em vez de dinheiro, aporto a mídia social de influencers em troca de 3% a 5% de equity”, resume. “É uma grande tendência. No Brasil, 45% das pessoas que compram um produto ou serviço foram influenciadas por alguém das redes sociais.” Berto diz ser desafiador focar negros ao prospectar investimentos justamente por sua escassez. “Em toda a minha carreira, a maioria dos fundadores com que me deparei era de pessoas hétero, cis e brancas.” Para interferir nesse cenário, coloca-se à disposição de empreendedores negros para ajudá-los no aprimoramento de seus modelos de negócio. Na Angra VC, o direcionamento é investir em empresas do Brasil que sejam majoritariamente voltadas ao consumidor final, em rodadas séries A e B (crescimento da base de clientes e escala). “Nelas, o produto já está mais pronto, e colocar um influencer para vender algo que não esteja redondo pode gerar um prejuízo de imagem tanto para ele quanto para a startup”, diz ele, que já participou de seis processos de investimento.

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