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SOL PARA TODOS

A empresa FinaFlor foi fundada na laje da casa da empreendedora carioca Camila Vargas. Hoje, ela faz sucesso com espaço de bronzeamento plus size

TEXTO LETÍCIA SÉ

Até 2017, a empreendedora Camila Vargas, 38 anos, trabalhava como enfermeira. Naquele ano, conheceu o nicho do bronzeamento, se capacitou e hoje faz sucesso com sua empresa voltada ao público plus size, a Fina Flor.

Para dar início ao negócio, abriu a laje da própria casa, no bairro do Colégio, no Rio de Janeiro (RJ), para atendimento ao público. Conversando com as clientes, ela percebeu que o público plus size tinha necessidades que não eram atendidas pelo mercado de bronzeamento convencional. “As macas, os vasos sanitários, os boxes para ducha, os pufes na sala de espera: tudo na Fina Flor foi feito em tamanhos confortáveis para as clientes plus size”, diz a empreendedora.

A residência de Vargas ainda recebe as sessões de bronzeamento solar, mas uma segunda unidade da Fina Flor foi aberta e oferece outros serviços, como bronzeamento a jato e massagem. O novo espaço foi lançado em 2019 no bairro Taquara, em sociedade com a empreendedora Regina Santos, que já vendia produtos do nicho. Segundo Vargas, a ideia é que o local tenha cara de spa, com um espaço verde para bronzeamento e serviços de bem-estar diversos.

Para adequar a unidade às necessidades das consumidoras, conversou com quem mais poderia entender do assunto: modelos plus size. “Na preparação do espaço, trazíamos uma modelo e ela ia dando indicações para a gente. Depois, chamamos os fornecedores para fazer os serviços. As macas, por exemplo, foram produzidas lá mesmo”, diz.

Atualmente, o faturamento da Fina Flor é de R$ 16 mil mensais. Segundo Vargas, a receita teve um crescimento expressivo em 2022, com o fim das restrições ao comércio e serviços impostas pela pandemia.

De acordo com a empreendedora, o processo de bronzeamento envolve uma série de ações: esfoliação da pele, hidratação, montagem do biquíni de fita isolante, uso de protetor

solar e outros produtos que favorecem o bronze, e monitoramento do tempo de exposição ao sol, que varia de 20 minutos a uma hora. “Meus conhecimentos em saúde me ajudam nessa hora. Não prometemos uma marquinha forte na primeira vez, porque indicamos que seja um processo gradativo, levando de três a quatro sessões”, diz.

A Fina Flor só usa produtos aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Quando o sol não ajuda, Camila indica o bronzeamento a jato, feito à base de um produto com pigmentos.

Apesar do sucesso entre as clientes plus size, a empresária diz enfrentar o preconceito por ter um negócio com foco no público fora do padrão. “Algumas pessoas dizem que estamos ‘romantizando a obesidade’, mas não é nada disso. Queremos mostrar que todos podem fazer bronzeamento – não é porque a cliente é gorda que não deveria ter acesso. Treino as prestadoras de serviço e sempre me atualizo nas discussões para garantir que não haverá gordofobia na empresa. As clientes precisam se sentir à vontade e acolhidas”, afirma.

SUMÁRIO

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2023-03-06T08:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/281578064874476

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