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RECICLAGEM CORPORATIVA

A startup Recicla.Club realiza a gestão de resíduos para empresas em um modelo por assinatura. Mais de 33 mil toneladas de resíduos já receberam a destinação correta

TEXTO REBECCA SILVA

Priscila Faria, 28 anos, cofundadora e CEO da cleantech Recicla.Club, lembra-se de vender balas e panos de prato ainda na infância, porque gostava de se conectar com as pessoas. Quando criança, vestia os blazers da mãe para brincar de empresária. Como achava que a carreira corporativa seria seu caminho profissional, formou-se em administração de empresas e passou a trabalhar em uma mineradora multinacional. Mas não demorou para perceber que precisava fazer algo que lhe trouxesse a sensação de estar perseguindo um propósito.

Em 2017, fez um intercâmbio no Peru, onde desenvolveu um aplicativo para reciclagem. Ao voltar para o Brasil, resolveu adaptar a ideia para empresas, porque sentia que este era um campo promissor e ainda pouco explorado no país. Faria conheceu o sócio em um projeto voluntário de reciclagem. Foi Vitorino Oliveira, 36 anos, quem lhe apresentou uma dor do mercado – ele também é dono da BH Recicla, de lixo eletrônico. “Vitorino me contou que seus clientes pediam a ele que coletasse todos os tipos de resíduo, porque queriam uma única empresa cuidando de tudo”, conta Faria.

Um ano depois, os dois fundaram a Recicla. Club. Inicialmente, a startup promovia a conexão entre empresas e diferentes parceiros de coleta. Ao longo dos anos, a ideia foi sendo aprimorada, a partir das necessidades dos clientes. Hoje, a cleantech oferece uma solução que cuida da rastreabilidade dos resíduos e emite relatórios de sustentabilidade, além de desempenhar mais de 20 atividades correlacionadas à coleta, como emissão de certificados e gestão do material. A Recicla.Club opera no modelo por assinatura, oferecendo três pacotes para as empresas, com valores a partir de R$ 1 mil por mês. A startup realiza um diagnóstico gratuito para avaliar em qual estágio está a companhia e qual serviço melhor atende às suas demandas por sustentabilidade. “Fazemos a gestão de 100% dos resíduos, para o cliente ter comodidade: recicláveis, sucatas, orgânicos, efluentes e perigosos”, afirma.

A startup trabalha com terceiros para direcionar os resíduos para locais adequados de descarte. Atualmente, opera em 14 cidades dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, com mais de 130 parceiros, que são auditados e homologados pela própria cleantech. A Recicla. Club diz que não cobra nenhuma taxa, repassando o valor integral pago para quem presta o serviço. Desde a sua fundação, a solução já destinou corretamente mais de 33 mil toneladas de resíduos. Entre os clientes, estão empresas como Unimed, Melitta, Grupo Boticário, Banco Inter, Hotmart e shoppings da rede BR Malls.

Até o início de fevereiro, quando anunciou uma captação de R$ 979 mil a partir da plataforma de equity crowdfunding Captable, a startup operava com recursos próprios. Com o dinheiro, a cleantech quer investir em tecnologia e marketing. Em 2022, o negócio faturou R$ 4 milhões e, para este ano, a meta é alcançar R$ 9 milhões.

SUMÁRIO

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2023-03-06T08:00:00.0000000Z

2023-03-06T08:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/281590949776364

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