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Bruna Cristina Santana de Andrade e Flávia Maria dos Santos

“O QUE AS PESSOAS LGBTQIA+ FAZEM TODOS OS DIAS É UM ATO HEROICO. VOCÊ SAI DE MANHÃ E NÃO SABE SE VAI VOLTAR À NOITE”

da Bicha da Justiça

“Um dia, acordei pensando: por que não crio uma plataforma online que conecte pessoas a advogados?”, lembra Bruna Cristina Santana de Andrade, 36 anos. Dividiu o insight com a companheira, a administradora Flávia Maria dos Santos, 45, e juntas lançaram, em 2016, a lawtech mineira Meu Advogado Online. Foram R$ 250 mil investidos em dois anos, mas não decolou.

Nos processos de aceleração, ouviam que tinham de nichar. Relutaram, mas estudaram o mercado e chegaram à comunidade LGBTQIA+, “o público mais marginalizado do ponto de vista jurídico”.

Assim nasceu em 2018 a startup Bicha da Justiça, nome que faz alusão à Liga da Justiça. “O que as pessoas LGBTQIA+ fazem todos os dias é um ato heroico. Você sai de manhã e não sabe se vai voltar à noite”, resume a advogada.

Com R$ 20 mil, colocaram no ar um site para captar leads e apostam na geração de conteúdo informativo no Instagram para chegar ao público-alvo. Calculam já ter impactado 10 milhões de pessoas.

Com 17 colaboradores e 50 advogados parceiros em todo o país, dobraram de tamanho nos últimos três anos e fecham em média 500 novos contratos por ano.

“VOU BRIGAR ATÉ O FIM PARA QUE AS CONSTRUTORAS RECONHEÇAM O TRABALHO DAS MULHERES E QUEBREM ESSE PARADIGMA MACHISTA DE QUE NÓS NÃO SOMOS CAPAZES”

Na adolescência, Rafaela Viana, 32 anos, já gostava de fazer reparos na casa onde morava, em Maruim (SE). Não à toa, seu primeiro emprego como servente de obras, em Aracaju, “foi amor à primeira vista”. Fez curso técnico em edificações e galgou posições.

Em 2018, foi a uma palestra no Sebrae. “Saí convencida a montar meu próprio negócio”, lembra. Pediu demissão da construtora e, com os R$ 2 mil da rescisão, abriu a Mulheres de Obra, empresa de pinturas com mão de obra 100% feminina.

Pegou alguns trabalhos até que, sozinha, não deu mais conta. Recrutou e capacitou outras. “O serviço feito por uma mulher é limpo e cheio de cuidado”, diz.

Cresceu no boca a boca, se posicionou nas redes sociais: “Vou brigar até o fim para que as construtoras reconheçam o trabalho das mulheres e quebrem esse paradigma machista de que nós não somos capazes”.

Já liderou a pintura de nove grandes obras e 830 imóveis. Com 16 colaboradoras, tem lista de espera de clientes. O faturamento saltou de R$ 228 mil, em 2021, para R$ 280 mil, em 2022. Agora planeja se expandir pelo Nordeste.

DATA BASE • CONECTADAS COM O PROPÓSITO

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2023-03-06T08:00:00.0000000Z

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