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NEGÓCIO MULTICOLORIDO

Os caleidoscópios serviram de base para a criação da Mina, marca de roupas e joias fundada por mãe e filha em São Paulo

TEXTO LETÍCIA SÉ

Uma marca de moda com um estilo baseado na arte dos caleidoscópios. Essa é a proposta da Mina, que fabrica tanto os próprios caleidoscópios como joias e roupas que levam estampas inspiradas neles. Fundada por Maria Eduarda Henriques e a filha Helena Sammarone Henriques, a empresa foi lançada no Instagram e no e-commerce em 2020, e agora se prepara para abrir uma loja física em São Paulo.

Maria Eduarda, 56 anos, diz que a Mina surgiu a partir de uma necessidade sua de ter alguma atividade depois de uma carreira de 30 anos no mundo corporativo. Ela é engenheira química de formação e atuava na diretoria de uma grande empresa do setor alimentício – mas sempre teve vontade de seguir suas inclinações artísticas.

“Em 2018, saí dessa empresa e fui atuar nas artes plásticas. Sempre fiz caleidoscópios, desde jovem. Nesse mesmo período, fiz meu processo de transição de gênero e, depois que a transição estava evoluída, abri a empresa. Eu queria me recolocar no mercado de trabalho, mas via que, além da minha idade, a transgeneridade era vista como uma barreira. Aí veio a ideia de abrir a Mina com minha filha”, afirma.

No ano anterior, Helena, 23 anos, havia feito um intercâmbio para os Estados Unidos e a Austrália. No exterior, fez cursos de empreendedorismo e marketing. “A Duda tinha visão de produto, ela já tinha dois ou três desenvolvidos. Eu trouxe a visão de marca. Pensamos no nome, Mina, por representar o fato de sermos mulheres. Tem a ver com Duda ser uma mulher trans e sermos uma família que se respeita”, diz Helena, que se formou em publicidade.

Enquanto a mãe atua na confecção dos caleidoscópios e joias, a filha cuida da produção de conteúdo das redes, do e-commerce, do atendimento ao cliente e da linha de estamparia. “As estampas são feitas com base nas imagens dos caleidoscópios. Eu as fotografo, trato as fotos e aplico a estampa no tecido por sublimação, impressão digital e impressão UV”, afirma. Segundo ela, todas as peças são produzidas de modo a caber em clientes de qualquer tamanho. “Temos uma cocriação com o público”, diz.

A marca vende principalmente via e-commerce, mas as empreendedoras também participam de feiras e eventos. De acordo com as empreendedoras, o faturamento em 2023 tem crescido se comparado com o do ano passado.

A expectativa é abrir uma loja física em breve. A ideia é que a casa funcione como um ateliê aberto, em que os frequentadores possam ver as peças sendo desenvolvidas, e abrigue um espaço colaborativo para pequenas empreendedoras. “Queremos que outras mulheres vendam suas peças por um custo mais baixo do que em lojas multimarcas. Também pensamos em ter um espaço para ensaios fotográficos, que seja como um coletivo”, diz Helena.

SUMÁRIO

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2023-03-06T08:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/282149295524844

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