Gabriela Chaves

“ME DEPAREI COM UM ABISMO DE REALIDADES; NA CORRETORA SE DISCUTIA INVESTIMENTO, EM CASA SE DISCUTIA ENDIVIDAMENTO; ISSO ME INCOMODOU MUITO”

Gabriela Chaves, 28 anos, foi impactada assim que começou a trabalhar no mercado financeiro: “Me deparei com um abismo de realidades; enquanto na corretora se discutia investimento, em casa se discutia endividamento; isso me incomodou muito”.

Após alguns anos, a economista com mestrado em economia política mundial, sentiu outro desconforto. “Descobri os atravessamentos de racismo e gênero na questão salarial”, conta, ao saber que um homem branco, na mesma posição que ela, ganhava mais.

Desanimou, saiu do mercado corporativo e criou a NoFront, plataforma de educação e planejamento financeiro “para democratizar a economia, empoderando mulheres negras e indígenas, e fomentar o empreendedorismo”.

Sua metodologia usa o rap para dar ritmo a temáticas como escassez, ostentação e consumo consciente. Desde 2018, formou 6,5 mil pessoas. Suas redes sociais atingiram 2 milhões.

Conselheira do Instituto Coca-Cola, debate economia e desigualdades de gênero. No B2B, faz programas de letramento. Com oito pessoas na equipe, cresceu 150% no primeiro ano da pandemia, e se estabilizou em 2021 e 2022.