Revista Pequenas Empresas Grandes Negocios

Patrícia Santos

“QUERO VER UMA SOCIEDADE JUSTA E IGUALITÁRIA. SE 56% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA É NEGRA, O MERCADO DE TRABALHO PRECISA CHEGAR A ESSA PROPORCIONALIDADE, INCLUSIVE NAS LIDERANÇAS”

da EmpregueAfro

Como a maioria das garotas da periferia, Patrícia Santos começou a trabalhar bem jovem, aos 13 anos. Na faculdade de pedagogia, estagiou na área de recursos humanos, onde conta que teve um “estranhamento” por não encontrar negros na empresa: “Ninguém se parecia comigo ou com a minha família”.

Já como a analista de RH, percebia que negros nunca estavam nos processos seletivos. Decidida a mudar esse cenário, estudou o assunto, se engajou em coletivos e começou a ensinar jovens a montar o currículo e a se comportar em entrevistas de emprego. Em 2005, nascia a EmpregueAfro como uma ação social.

Sete anos se passaram até ela ser chamada para se tornar consultora na PwC. Pediu demissão e investiu R$ 3 mil para abrir a empresa. Pouco a pouco, os clientes foram aparecendo, mas o negócio só decolou em 2020, quando George Floyd foi assassinado e o movimento Vidas Negras Importam tomou força. “Infelizmente, as pessoas se movem pela dor, e a comoção fez as empresas norte-americanas começarem a investir em diversidade.”

Aos 43 anos, mãe de quatro, ela lidera uma consultoria de RH focada em diversidade étnico-racial que emprega 16 pessoas, tem 30 clientes, faturou R$ 1 milhão em 2022 e recolocou 300 talentos.

Uma ameaça de morte fez ela mudar o tom de voz nas redes sociais, mas não a desviou de sua meta: “Quero ver uma sociedade justa e igualitária. Se 56% da população brasileira é negra, o mercado de trabalho precisa de uma transformação para chegar a essa proporcionalidade, inclusive nas lideranças das grandes empresas”.

DATA BASE • CONECTADAS COM O PROPÓSITO

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2023-03-06T08:00:00.0000000Z

2023-03-06T08:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/282372633824236

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