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CORAGEM EMPREENDEDORA

A confeitaria Marleide Monteiro começou com vendas de porta em porta; hoje tem duas lojas e faturamento milionário

TEXTO LETÍCIA SÉ

No final dos anos 1990, a empreendedora Marleide Monteiro, 53 anos, encontrou uma forma criativa de divulgar os doces e salgados que vendia. Ela oferecia os quitutes gratuitamente a porteiros de condomínios pela cidade. Eles então indicavam os produtos aos moradores, que faziam encomendas. “Os porteiros eram meu YouTube e Instagram da época”, brinca a empreendedora. Em 1997, depois de anos produzindo os alimentos de forma caseira, ela abriu a primeira loja, que leva o seu nome. Hoje, tem uma fábrica e dois pontos de venda, que ficam nas cidades de Santos e Praia Grande, ambas no litoral de São Paulo. A empresa faturou R$ 6,2 milhões em 2022, com um crescimento de 33% em relação ao ano anterior.

Filha de uma feirante, a empreendedora começou a nutrir o desejo de abrir um negócio na adolescência, depois de ter morado na rua com os irmãos. A infância de Monteiro, que é de Itabaiana (SE), havia sido trágica. Quando ela tinha 8 anos, seu pai assassinou sua mãe. A menina e os irmãos passaram a morar com parentes. Mas, por causa de conflitos familiares, acabaram sem ter onde morar. “Começamos a vender vagas na fila do INSS. Dormíamos na fila, éramos os primeiros, e vendíamos o lugar para quem queria ser atendido”, conta. Depois, ela e os irmãos foram tirados da rua por uma irmã mais velha, que se dispôs a abrigá-los.

Aos 12 anos, ela pediu emprego em uma pizzaria nova em sua cidade. “Eu lavava os pratos, mas queria crescer no trabalho. Meu foco era ver minha patroa fazer as pizzas”, diz. Certo dia, ela surpreendeu os chefes produzindo uma pizza pequena que teve um bom resultado. “Eles adoraram, e aí veio meu crescimento na pizzaria. Eles foram os primeiros que me deram uma oportunidade”, afirma Monteiro. Seu chefe sempre falava sobre Santos, no litoral de São Paulo, onde ele havia empreendido anos antes, e Monteiro passou a sonhar com a cidade. Aos 17 anos, ela conheceu um morador do município que procurava uma esposa e decidiu ir

morar em Santos com ele. Foi lá que começou a trabalhar com a venda de salgados.

Participando de eventos beneficentes, ela passou a fazer contatos e a produzir doces e bolos para festas de família. Foi com o faturamento das festas que abriu sua primeira loja, em 1997. Nos anos seguintes, Monteiro chegou a franquear a marca e ter cinco unidades no litoral de São Paulo, mas decidiu desacelerar depois de sentir os impactos do trabalho intenso. “Tive um princípio de AVC há oito anos e precisei mudar meu estilo de vida”, conta. Depois disso, ela resolveu encerrar a expansão por franquias e fechar três lojas da marca.

Agora, a empreendedora trabalha no desenvolvimento de um infoproduto. O curso virtual deve se chamar Método Marleide Monteiro e ensinará a começar a empreender com pouco dinheiro. “Sempre recebi cartas e mensagens de pessoas me perguntando como empreender. A ideia do curso é dar conselhos a quem quer começar, contando minha experiência”, afirma.

SUMÁRIO

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2023-05-04T07:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/281663964337651

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