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CRIATIVIDADE E PROPÓSITO

Jovens da geração Z alcançam a autonomia financeira com negócios que misturam sustentabilidade, inclusão e consciência social

TEXTO ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA FOTOS CAMILA CARA E LUCAS BORI

Jovens da geração Z alcançam a autonomia financeira com negócios que misturam sustentabilidade, inclusão e consciência social

Tempo, independência, dinheiro e propósito motivam a geração Z – pessoas nascidas entre 1995 e 2010 – a empreender. De acordo com uma pesquisa da rede social Yubo, 50% desses jovens afirmam querer abrir um negócio, e apenas 25% dizem nunca ter pensado na ideia. Para 70% deles, o empreendedorismo é uma boa solução para ganhar mais dinheiro e ter independência financeira. Contribuir para mudar a realidade é uma razão relevante para 34% desses jovens. A pesquisa foi feita em 2021 com 1,1 mil pessoas de 13 a 25 anos, das cinco regiões do Brasil.

Na hora de empreender, sustentabilidade, velocidade e inovação são importantes.

“É uma geração mais consciente e que tem responsabilidade ambiental e social”, afirma Fábio Saraiva, vice-presidente da Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje). Os associados da entidade começam a empreender com cerca de 20 anos e atingem o auge da produtividade como empresários por volta dos 35.

Quando comparados a outras gerações, são mais conectados, criativos e atentos ao networking. Também se preocupam com ambientes de trabalho inclusivos e valorizam a cultura colaborativa, afirma Saraiva.

Segundo Alberto Vallim, analista de dados do Sebrae, jovens de 18 a 24 anos são cerca de 1,26 milhão dos 14,4 milhões de

empreendedores nascentes (negócios de até três meses) contabilizados pela pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) Brasil de 2021. Quando o percentual é de empreendedores já estabelecidos (negócios com mais de três anos e meio de existência), o número cai para 0,9% do total de 14 milhões. “É uma geração que se beneficia com a facilidade de acesso à informação, mas que pode ter dificuldade na hora de calcular os riscos e resistir em procurar consultoria especializada”, diz Vallim.

Embora eles se interessem por tecnologia ou modelos de negócios como as startups, acrescenta ele, a realidade econômica e social direciona muitos desses jovens a empreendimentos tradicionais, os quais gerenciam de maneira criativa.

A geração Z quer investir em marketing e comunicação (22%), roupas e artesanato (20%), tecnologia (16%), alimentação e gastronomia (8%), entretenimento (7%), finanças (6,5%) e prestação de serviços (3%), de acordo com a pesquisa do Yubo. O GEM 2021 aponta cabeleireiro e tratamento de beleza (11%), comércio de vestuário e acessórios (9,1%) e venda de cosméticos, perfumaria e produtos de higiene pessoal (7,3%) como as principais atividades dos empreendedores iniciais de 18 a 34 anos.

Para Kelly Baptista, diretora da Fundação 1Bi, instituição que fomenta projetos de tecnologia para gerar impacto social, e consultora em diversidade com experiência no público jovem e em empreendedorismo periférico, os jovens da periferia querem empreender em busca de flexibilidade, emancipação e independência. “Muitos terminaram o ensino médio e não conseguiram entrar no mercado de trabalho ou preferem empreender a ficar em empregos precários”, diz Baptista.

Para ela, é importante compreender que a geração Z é diversa. “Há pessoas abastadas e outras em situação de vulnerabilidade, o que influencia como elas vão conseguir aplicar a preocupação com a sustentabilidade nos negócios, por exemplo. Precisamos reconhecer essas diferenças e incentivar que esses jovens estudem, procurem consultoria e tracem um bom plano de negócios”, afirma.

SUMÁRIO

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2023-05-04T07:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/281998971786739

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