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Acolhida para mulheres

Ao descobrir que o bar na Vila Buarque, em São Paulo, que gostava de frequentar fecharia as portas, Letticia Souza, 26 anos, convidou a irmã, Gabrielle, 24, para empreenderem no local. “Pensei que seria bem legal ter um espaço onde pudesse receber pessoas e me expressar com criatividade e liberdade”, conta. Elas fundaram o Bar Ovo, que tem como proposta ser um espaço acolhedor para mulheres.

Em operação há cerca de um ano, o local é frequentado por jovens universitários que têm entre 19 e 30 anos, muitos deles mulheres. Letticia fica no balcão e interage com as clientes, que procuram um lugar amigável para se divertir. “Queremos que as mulheres se sintam bem e vejam esse lugar como um espaço acolhedor. Já recebi um pedido de uma cliente que marcou o primeiro date no bar e pediu para eu ficar de olho, para ela se sentir mais segura.”

Além do cuidado com as clientes, o bar dá espaço à produção de mulheres, da decoração aos quitutes. A questão de gênero também aparece no dia a dia das empreendedoras, que enfrentam desafios no contato com colegas de profissão. “Estamos numa região cercada por bares cujos donos são majoritariamente homens.

Somos as donas do bar, mas eles normalmente conversam com os funcionários que trabalham para a gente. Também somos bastante sexualizadas.”

O carro-chefe do bar é o bolovo, salgado frito feito com massa de batata, carne de panela desfiada e ovo, vendido a R$ 15. A versão vegetariana, recheada com carne de soja temperada, muçarela e ovo, custa R$ 13. A cerveja é a bebida que mais sai, com custo para o cliente de R$ 13 a R$ 15. O tíquete médio é de R$ 40. O bar fatura cerca de R$ 30 mil por mês. O aprendizado como empreendedoras se dá no dia a dia, entre cursos teóricos e a prática. “Somos duas mulheres jovens iniciantes no ramo. Estamos aprendendo a lidar com o público, a pensar no marketing e a nos organizar financeiramente”, afirma Letticia.

Ela também administra o Brechovo, voltado à venda de roupas usadas feitas com materiais nobres, como couro e seda. O brechó surgiu para valorizar a prática do reúso na moda. “Priorizo a venda de peças de qualidade, que vão me dar uma boa margem de lucro. A ideia do empreendimento começou em 2018, para me ajudar a arcar com os custos da faculdade. Continuo com ele, mas hoje meu foco é o bar.”

DATA BASE • GERAÇÃO Z

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2023-05-04T07:00:00.0000000Z

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