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CONSTRUCODE

Baiano de Jaguaquara, Diego Mendes, 39 anos, adora exibir uma foto tirada no canteiro de obras da termelétrica que a Andrade Gutierrez ergueu em São João da Barra (RJ). Registra ele sobre um palco, com um megafone na mão, no meio dos mais de cem operários que construíram a usina. O que estava dizendo para eles? Que as plantas e os detalhamentos em papel seriam substituídos, dali em diante, por versões digitais.

A Andrade Gutierrez foi um dos primeiros clientes da Construcode, a startup que Mendes fundou em 2018 em parceria com Leandro Mascarenhas, 39 – o primeiro é o CEO e o outro, o CTO. O intuito dela é digitalizar a infinidade de documentos impressos que norteiam a execução de obras de médio e grande portes.

A construção de um prédio de dez andares, estima a startup, demanda cerca de 1,5 mil documentos relacionados a detalhamentos. Cada um costuma ser substituído por atualizações até três vezes ao longo das obras – estamos falando, portanto, de uns 6 mil documentos. “As construtoras gastam até R$ 700 mil para imprimir tudo isso”, diz Mendes. “Com a plataforma da Construcode, dá para economizar até 90% desse valor.”

O software desenvolvido por ela permite que as plantas baixas e os documentos do tipo sejam conferidos por meio de tablets e smartphones – basta apontá-los para os QR codes afixados nos canteiros de obra. “Criamos uma solução que facilita tanto a vida de quem está na ponta quanto a dos engenheiros, que podem atualizar os projetos remotamente”, afirma o CEO.

Com quase 500 clientes ativos, a startup já foi utilizada em mais de 2 mil obras. “Trabalhamos com sete das dez maiores construtoras do país”, ressalta Mendes, acrescentando que o break even já foi atingido. No ano passado, a Construcode faturou mais de R$ 3 milhões, e a expectativa para este ano é chegar a R$ 8 milhões. Com investidores, incluindo a Vedacit, ela captou R$ 8 milhões até agora. Na última rodada, a pré-série A, o valuation foi estipulado em R$ 45 milhões.

Mendes se formou em tecnologia da informação em 2009 e tentou, em vão, montar duas startups em seguida – uma propunha um novo sistema para clínicas de estética, e a outra, uma fintech, geria carteiras digitais. Resolveu tirar a Construcode do papel depois de se formar em engenharia civil, em 2016. “A construção civil equivale a um oceano azul para quem quer empreender.”

DATA BASE • CONSTRUÇÃO CIVIL

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2023-05-04T07:00:00.0000000Z

2023-05-04T07:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/282084871132659

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