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TABAS

Nascido em Jaboticabal, no interior paulista, Leonardo Morgatto, 34 anos, decidiu alugar um apartamento mobiliado em Londres por três meses, em 2019 – e detestou a experiência. “O lugar era horrível e ainda fui obrigado a pagar por seis meses”, recorda ele, que na época cursava MBA no Instituto Europeu de Administração de Empresas (Insead) e foi fazer um estágio de verão na Inglaterra. Quando se queixou da experiência para um colega de classe, o italiano Simone Surdi, 34 anos, nascido em Milão, a dupla vislumbrou uma oportunidade de negócio. Papo vai, papo vem, fundaram a Tabas, no início de 2020.

A startup oferece apartamentos reformados e mobiliados que podem ser alugados, geralmente, por temporadas de no mínimo um mês. O port-fólio atual é composto por cerca de 1,4 mil unidades concentradas nos bairros mais nobres de três capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. A opção mais em conta, na Vila Buarque (SP), custa R$ 3.338 por mês, incluindo água, luz, internet, TV a cabo, condomínio, IPTU e fundo de reserva. O apartamento mais caro, com quatro quartos e área de lazer a céu aberto, fica no Leblon (RJ) e sai por R$ 45.999 por mês. “Somos procurados tanto por turistas como por nômades digitais, e também pessoas que estão reformando o próprio endereço”, diz Surdi, o COO da startup.

Ela remete ao Airbnb, mas há diferenças gritantes entre as duas companhias. A Tabas não intermedeia hospedagens. O que a empresa faz é alugar, ela mesma, apartamentos muito bem localizados com contratos de até seis anos. Depois se encarrega de reformá-los, sem repassar custo algum para os proprietários – o que já consumiu R$ 70 milhões –, e de sublocá-los por valores mais altos. “O aluguel de um apartamento em bom estado e já com mobília costuma custar até 20% a mais”, estima Morgatto, que exerce o cargo de CEO.

Parte dos apartamentos disponibilizados pertence a fundos imobiliários, que costumam colocar na mão da Tabas prédios inteiros. No ano passado, a startup faturou R$ 60 milhões, e para este ano estão previstos cerca de R$ 120 milhões. Desde novembro de 2022 a companhia não pertence mais a Morgatto e Surdi. Por uma quantia não revelada, eles a venderam para a multinacional Blueground, que aposta exatamente no mesmo filão. Os fundadores da Tabas continuam à frente do negócio e decididos a multiplicá-lo.

DATA BASE • CONSTRUÇÃO CIVIL

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2023-05-04T07:00:00.0000000Z

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https://revistapegn.pressreader.com/article/282110640936435

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