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UMA PITADA DE LIRISMO

Na Afeto e Poesias, os bolos são acompanhados de poemas e cartinhas, que encantam os clientes e viram opções de presente

TEXTO MARIA CLARA VIEIRA

Com uma decoração graciosa que inclui versos poéticos, a empreendedora Suzi Rodrigues, 39 anos, não só adoça a experiência de seus clientes de Juiz de Fora (MG) como agrega valor aos seus bolos caseiros e se diferencia da concorrência.

“Conforme eu melhorei os produtos, perdi vendas no meu bairro, porque os bolos encareceram. Mas vi que tinha quem pagasse por eles sem reclamar do valor”, diz. Focou, então, as vendas em locais de maior poder aquisitivo e reposicionou a marca.

As fotos bem produzidas no Instagram atraíram 40 mil seguidores e passaram a ser a grande porta de entrada de novos consumidores da Afeto e Poesias. Agora, a boleira já experimenta o sabor do sucesso: “Vendo, em média, de 100 a 120 bolos por mês”, contabiliza.

Os sabores mais pedidos são o tradicional bolo de cenoura com brigadeiros na cobertura (R$ 60) e o de laranja com damasco (R$ 65), este uma receita que ela mesma desenvolveu. “Se tornou um produto presenteável, para um café especial, com carinho e amor.”

Atualmente, Rodrigues trabalha em um ateliê que criou nos fundos de sua casa e vem estudando mais sobre o mercado de cestas comemorativas, que passaram a fazer parte do seu cardápio e a vender de 30 a 35 unidades por mês – custam de R$ 110 a R$ 380.

“A melhor parte de empreender é ter flexibilidade e poder lutar pelo que é meu de fato. O crescimento só depende de mim”, avalia a quituteira. “Se eu correr atrás, consigo melhorar minha renda. Sou dona de mim.”

Assim, ela se diz feliz com a escolha feita em 2019, quando deixou o emprego na área administrativa em que trabalhava havia quase oito anos. “Chegou a um ponto em que não podia mais crescer onde estava. Hoje eu sei que posso.”

A ideia de abrir o próprio negócio surgiu a partir de uma sugestão da sogra: “Eu já fazia bolos em casa, para a família. As pessoas adoravam. Até que ela falou: ‘Por que você não começa a fazer bolos para fora?’”, lembra.

Ela pensava em parar de trabalhar fora para ficar mais próxima do filho, “mas não sabia de que forma deixaria de ser CLT”. Enquanto ainda estava no emprego, começou a fazer bolo no pote e vender no trabalho e para conhecidos.

“Iniciei com um investimento pequeno, cerca de R$ 100. Depois, vendi meu primeiro bolo confeitado para festa. No boca a boca, as pessoas foram espalhando. Quando vi, todo final de semana tinha encomenda, e se tornou minha renda extra”, diz.

Os planos para o futuro incluem criar cursos de bolos afetivos. “Já tenho uma procura bem grande por aulas. Quero ajudar outras mulheres.”

SUMÁRIO

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2023-11-03T07:00:00.0000000Z

2023-11-03T07:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/281492166020335

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