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MODA SOB MEDIDA

Saiba como se diferenciar nesse mercado e conheça tendências em modelos de negócios, como collabs e lojas colaborativas

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Não é novidade que os últimos três anos foram desafiadores além da conta para a maioria dos empreendedores. Para a indústria têxtil e de vestuário, uma das mais afetadas na pandemia, os efeitos duraram até o ano passado, quando os preços no varejo fecharam com uma elevação acumulada de 18% – bem mais que os 5,8% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de acordo com o IEMI - Inteligência de Mercado, empresa que monitora as mudanças comportamentais desse setor.

Neste ano, o cenário vem mudando. Os primeiros quatro meses demonstraram tendência de queda da inflação prevista para o segmento: no período, ela somou 0,59%; os demais produtos e serviços, 2,7%. No acumulado para 2023, a projeção do IEMI é de 4,8%, ante previsões de 5,7% para o IPCA geral.

“Estímulos como o programa Desenrola Brasil [incentivo governamental para pessoas físicas negociarem suas dívidas e recuperarem o crédito] estão contribuindo para que o consumidor volte a comprar, assim como os últimos meses do ano, que contam com Black Friday, festas de fim de ano nas empresas, Natal e férias de verão”, ressalta Danielle Santos, especialista em marketing para negócios de moda e professora do Hub de Moda e Luxo da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing).

A boa notícia, no entanto, pode estar com os dias contados. Segundo o estudo global The State of Fashion, produzido pelo portal de informações sobre moda Business of Fashion em parceria com a consultoria McKinsey, a inflação lidera a lista de maiores ameaças dos negócios dessa área, seguida por instabilidade geopolítica e interrupções na cadeia produtiva. E conclui que o mercado de moda, excluindo o setor de luxo, terá dificuldade de crescer de forma significativa neste ano.

PRODUÇÃO CONSCIENTE

Quem deseja empreender ou incrementar seu negócio no setor de moda sai na frente ao se atentar a alguns pontos. Um deles é avaliar a possibilidade de se adequar a práticas de ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa). O The State of Fashion destaca que sustentabilidade, além de diferenciação de marca e experiência do cliente, são grandes oportunidades.

Thais Oliveira, analista do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e gestora estadual de moda de Goiás, afirma que, no Brasil, a produção está cada vez mais consciente. “Não apenas em relação à questão ambiental, cuidando da cadeia produtiva dos insumos e das embalagens, mas também à social, respeitando o ser humano fora e dentro da empresa, com inclusão e direitos legais garantidos”, diz ela, fazendo um paralelo com a concorrência dos sites chineses, que nem sempre têm esse cuidado.

Outro aspecto relevante para empreender de forma mais assertiva no segmento de moda tem a ver com buscar um nicho. Quanto mais genérico, maior é a competitividade. “Mesmo a segmentação pode ser aprofundada, focando o nicho do nicho”, explica a consultora do Sebrae. Por exemplo, dentro do plus size, explorar feminino, infantil, praia, fitness ou festa; ou, na moda para bebês e infantil, investir em roupas de tecido orgânico ou em modelos agênero.

Para Naia Silveira, especialista em tendências da consultoria WGSN, “o mundo pede peças confortáveis, herança dos tempos da pandemia, e agora também versáteis, que podem ser usadas em diferentes ocasiões – o que está ligado a sustentabilidade, porque, ao comprar boas peças que circulam em vários ambientes, você incentiva o consumo consciente”.

Nas próximas páginas, conheça cinco tendências de modelos de negócios e dicas para empreender com moda. Quem sabe tem uma sob medida para você.

SUMÁRIO

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2023-11-03T07:00:00.0000000Z

2023-11-03T07:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/281513640856815

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