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CONEXÃO COM O PÚBLICO

O papel dos modelos nos eventos vai muito além de atrair a atenção das pessoas para marcas e produtos que são apresentados aos visitantes. Quando bem preparados, esses profissionais podem auxiliar na apresentação da empresa, fortalecer sua imagem, comunicar a mensagem desejada pela organização com mais efetividade e interagir com o público, criando assim uma conexão maior com as pessoas. Muitas vezes são responsáveis também por coletar leads para serem utilizados em campanhas.

Como os eventos atraem pessoas com culturas, formações, hábitos e interesses variados, a agência ou o promotor tem de investir na diversidade e na inclusão, o que significa contar com equipes de modelos de diferentes etnias, idades e gêneros. “A diversidade consiste em garantir um ambiente organizacional saudável e inclusivo”, diz Leandro Silva, projetista da agência de live marketing BTO+. “É obrigação de quem organiza o evento mostrá-la a todos.”

TENHA ATENÇÃO

Especializar-se num nicho pode ser uma escolha eficiente para se destacar no setor e explorar um segmento menos saturado. Considere a possibilidade de atuar exclusivamente com modelos plus size ou infantis.

Novas tecnologias estão possibilitando que as agências utilizem modelos virtuais, que conseguem também interagir com o público e transmitir informações importantes dos contratantes às pessoas.

O trabalho dos modelos exige que se exponham e sejam receptivos. Para realizá-lo com eficiência, as agências precisam desenvolver iniciativas que os protejam de sofrer assédio moral ou sexual.

Com a globalização, os modelos passaram a atender clientes de todos os cantos do mundo. O empreendedor deve traçar uma estratégia para acessar vários mercados no Brasil e no exterior e oferecer seus serviços.

O VALOR DA DIVERSIDADE

A modelo Regina Ferreira, 34 anos, sempre se incomodou com o fato de ser a única negra entre as modelos dos eventos em que trabalhava. Era como se sua contratação fosse uma forma de as marcas tentarem vender a imagem de que valorizavam a diversidade, uma espécie de cumprimento de cotas para se mostrarem politicamente corretas.

No início da carreira, ela achava curioso ser chamada de exótica pelos contratantes devido ao seu estilo, com roupas e maquiagens coloridas e os cabelos afro. “Acreditava que era um elogio, mas, com o tempo, percebi que se tratava de preconceito mesmo”, afirma. “Quando questionava os motivos de não haver mais diversidade nos eventos, negavam, alegando que eu trabalhava ao lado de meninas loiras, morenas e ruivas. Só que todas eram brancas.”

Para mudar essa realidade, Ferreira fundou em 2019 a Hutu Casting, uma agência especializada em modelos pretos. “Eu conhecia muita gente desse mercado e nunca me faltou trabalho quando era modelo, mas muitas portas se fecharam assim que me posicionei”, conta. “Isso só fortaleceu minha ideia de provocar o mercado e promover mudanças para que não fôssemos contratadas somente em eventos ligados à temática afro.”

Como os debates sobre a diversidade ganharam mais espaço nos últimos anos, as marcas começaram a mudar sua postura. E Ferreira viu seu time de 600 profissionais – composto também por atores, escritores, DJs e performers – passar a ser mais procurado. Em 2022 a Hutu teve um faturamento de R$ 667 mil. A previsão é chegar ao final de 2023 com um crescimento de 20%. Na sua lista de clientes estão marcas como Apple, Bradesco, Nestlé, Netflix, Nike e Oracle.

Ferreira faz também mentorias e webinars para dar orientações à equipe sobre o funcionamento de campanhas, clipes, eventos e o mundo audiovisual. Dessa forma, os modelos passam a atuar com maior segurança, proporcionando resultados positivos para os clientes e abrindo caminho para que o mercado passe a considerar a diversidade como uma parte estratégica para que um evento seja bem-sucedido.

DATA BASE • A RETOMADA DOS EVENTOS

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2023-11-03T07:00:00.0000000Z

2023-11-03T07:00:00.0000000Z

https://revistapegn.pressreader.com/article/282243785297135

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